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Curiosidades do Urucum

A palavra urucum tem origem na linguagem Tupi-Guarani transliterado “uru-ku” e significa “vermelho”. Seu nome científico, “Bixaorellana L”, foi dado em homenagem a Francisco de Orellana (1490-1546), um membro da expedição de Francisco Pizarro e o primeiro explorador espanhol que navegou o rio Amazonas. A ampla distribuição geográfica dessa planta fez com que ela fosse conhecida por vários nomes. No Brasil também é conhecido por nomes como urucu, urucum, urucu-uva, urucu-bravo, açafroa e bixa, além de nomes indígenas como ahitê, nukirê, bixe e bixá.

Desde os tempos mais remotos, os habitantes das Américas Central e do Sul empregavam a porção corante das sementes de urucum para tingir de vermelho seus artefatos de caça, pesca, vestimentas, enfeites de guerra e o próprio corpo.

A primeira referência ao urucum pode ser atribuída a Pero Vaz de Caminha em sua carta ao rei de Portugal Dom Manuel informando a descoberta do Brasil. 

Algumas referências indicam que os Astecas usavam os pigmentos de urucum para dar a consistência e aparência de sangue a uma bebida preparada a partir do cacau. Essa bebida era então utilizada em seus rituais, simulando o sangue humano.

O urucum foi o primeiro corante vegetal a ser comercializado em larga escala com a Europa. Em 1644 mais de 15 Toneladas de sementes foram enviadas para a Europa a partir do Porto de Vera Cruz no México.

Por conta de seu contato íntimo com a Natureza, os índios já conheciam, lá no século 16, as propriedades do urucum (Bixaorellana), planta que hoje é muito valorizada por indústrias dos mais diversos segmentos: do alimentício ao de cosméticos.
Só que, além de útil, a arvoreta nativa da América Tropical é muito bonita e faz sucesso nos jardins como planta ornamental. Isolada nos canteiros, em vasos ou formando cercas vivas, ela cria um visual e tanto quando se enche de frutos vermelhos que mais parecem pompons, com a casca totalmente tomada por espinhos flexíveis. Foi a cor dos deles, aliás, que rendeu à espécie o nome popular – em tupi, urucum significa vermelho.

Quando os frutos começam a despontar, no verão, é um deslumbre. Como a planta de até 5 m ainda exibe os cachos cheios de flores rosadas, o que se vê é uma mistura de verde, vermelho e rosa na copa. Conforme vão amadurecendo, porém, os frutos perdem a cor – ficam marrons, sinal de que estão prontos para serem colhidos.

É no interior deles, no entanto, que o urucum guarda seu verdadeiro tesouro: cerca de 50 sementes avermelhadas que as tribos do Brasil e do Peru usavam para produzir uma tinta vermelha – ela servia tanto para pintar o corpo em rituais religiosos quanto para proteger a pele do sol e das picadas de inseto. E não é que os nativos sabiam das coisas? Hoje essas propriedades do urucum estão mais do que comprovadas e o óleo extraído dessas sementes é muito valorizado pela indústria cosmética – entra na receita de cremes, loções e protetores solares para dar um tom dourado à pele.

Para a indústria alimentícia, o que interessa mesmo é o colorau, o pozinho vermelho obtido a partir das sementes trituradas da planta. Como não altera o sabor dos alimentos – nem tem os efeitos prejudiciais dos corantes artificiais –, ele é amplamente usado e ainda traz como bônus seu elevado teor de vitamina C e carotenoides – substância que auxilia no emagrecimento e na redução do colesterol.

Referência:

https://www.ourucum.com.br/historia

Texto Ana Vazzola – https://revistanatureza.com.br/curiosos-frutos/

Por Pharmakos D'Amazônia
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